terça-feira, 23 de novembro de 2010

XI

"Dance, até a última batida, até seu corpo pedir descanço, até as pernas continuarem se mexendo, dançar é o único remédio para as mágoas..." Eu faço uma seleção de músicas animadas. Aperto o play. Me vem mil ideias na cabeça. A sensação de que vai dar certo. Eu sinto vontade de mudar. Fico com aquele sorrisinho besta no rosto tentando mostrar pra mim mesma que eu estou feliz. Mas o que adianta? É sempre essa mesma história... São sempre os mesmos dias, as mesmas pessoas, o mesmo caminho, os mesmos traumas. Todos os dias. Isso cansa, as pessoas cansam. E finalmente, a vida tende a estar cansada. É muito chato tudo isso. Me ver tão presa nesses dias chuvosos ou não. Não dá pra ser incompleta a vida inteira. Quando deito a cabeça no travesseiro e durmo, já acordo com a sensação de que deveria ter morrido. No final, ajo por impulso. Acho que vai ser melhor. Mas vem uma onda tão forte e me derruba, que eu mal sinto vontade de lutar contra a correnteza.

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Um ponto de paz era tudo o que eu queria agora. (@thaaazinha)

domingo, 7 de novembro de 2010

X

E uma compulsão horrível de quebrar imediatamente qualquer relação bonita que mal comece a acontecer. Destruir antes que cresça. Com requintes, com sofreguidão, com textos que me vêm prontos e faces que se sobrepõem às outras. Para que não me firam, minto. E tomo a providência cuidadosa de eu mesmo me ferir, sem prestar atenção se estou ferindo o outro também. Não queria fazer mal a você. Não queria que você chorasse. Não queria cobrar absolutamente nada. Por que o Zen de repente escapa e se transforma em Sem? Sem que se consiga controlar.

Caio F.



"A liberdade é a possibilidade do isolamento. Se te é impossível viver só, nasceste escravo...."